DR. ANTÔNIO CARLOS WESTON
Médico Gastroenterologista
Preceptor das residências de cirurgia geral e oncológica da Santa Casa de Porto Alegre
Diretor Científico da AMRIGS
O câncer do esôfago, tema amplamente discutido no simpósio, é um dos tipos mais comuns de câncer do aparelho digestivo e o Rio Grande do Sul é o estado campeão nacional deste tipo de tumor. É provável que este fato esteja ligado às causas desta doença. O hábito de tomar chimarrão, por exemplo, é apontado como um dos fatores causadores de câncer de esôfago. Alguns trabalhos indicam que a erva-mate pode ser indutora da formação do tumor, mas, existem opiniões que a água muito quente também pode ser apontada como responsável.

Os sintomas mais comuns podem ser: dificuldade para engolir, sensação que o alimento tranca em alguma parte do esôfago, perda de peso e vômitos assim como sensação de queimação no tórax, conhecida como azia.

Existe uma questão importante a ser considerada quando discutimos o que, realmente, leva a formação do câncer de esôfago. Esta questão tem a ver com a localização do tumor. Aqueles tumores situados na parte final do esôfago, junto ao estômago, local conhecido pelos médicos como cárdia, podem ser formados por ação do refluxo ácido do estômago, que ocorre como consequência de uma doença cada vez mais comum nos dias de hoje, a doença do refluxo gastroesofágico. Este problema é caracterizado por sintomas como azia ou queimação na região conhecido como "boca do estômago". Fatores como obesidade, ou uma dieta rica em gorduras, muito comuns nos dias de hoje, podem induzir a doença do refluxo.
Outro tipo de tumor de esôfago ocorre nas partes mais altas do órgão; este tipo é o que está mais relacionado ao hábito de tomar chimarrão. Todavia, temos que ter em mente que existem outros fatores que podem causar esta doença, que são o uso prolongado de bebida alcoólica, o hábito de fumar, ou pior, os dois fatores em conjunto.
O diagnóstico desta doença é feito por um exame considerado de rotina nos dias de hoje, a endoscopia digestiva alta. É importante que pessoas que tenham os fatores de risco citados acima ou os sintomas que descrevemos procurem um especialista da área da Gastroenterologia para realizar este exame. Não há motivo para preocupação com o exame devido ao fato de ser realizado com grande segurança atualmente, com o uso de sedativos que impedem a sensação de desconforto que, eventualmente, possa ser causada pelo mesmo.
O tratamento do câncer de esôfago teve um grande avanço nos últimos anos. É muito importante que o diagnóstico seja feito em fases precoces da doença, o que aumenta muito a chance de cura. Existem várias opções de tratamento que devem ser individualizadas para cada caso. Alternativas como a cirurgia associada ou não, a radioterapia e quimioterapia são as mais utilizadas. A sequência ideal, entre estas três opções, é indicada de acordo com cada caso, como referido anteriormente. No entanto, o sucesso do tratamento está intimamente ligado à precocidade do diagnóstico.
Serviço:
Dr. Antonio Carlos Weston - Cirurgia Geral
Praça Dom Feliciano, 78 - Sl. 701, Porto Alegre, RS
Contato: (51) 3224-7307
Câncer de Esôfago
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da Redação