DR. IVAN MOREIRA DA SILVA JÚNIOR
Endocrinologia e Metabologia
O câncer de tireóide é o câncer endócrino mais comum, entretanto é raro se comparado com outros cânceres.
Nos Estados Unidos são cerca de 20.000 casos/ano. Apesar do diagóstico de câncer ser aterrorizador o prognóstico para os pacientes com câncer de tireóide é geralmente excelente. Primeiramente, muitos cânceres de tireóide são facilmente curáveis pela cirurgia. Segundo, o câncer de tireóide raramente leva a dor ou piora do funcionamentos dos órgãos próximos. Terceiro, os tratamentos são bem tolerados e efetivos para as formas mais comuns de câncer de tireóide.
O sinal mais importante é a presença de um nódulo/caroço na tireóide mas normalmente os cânceres de tireóide não causam nenhum sintoma. Por essa falta de sintomas o mais comum é o médico perceber um nódulo na tireóide enquanto examina o paciente ou mesmo que o próprio paciente perceba alguma massa no pescoço enquanto olha no espelho. Raros pacientes com câncer de tireóide apresentam dor no pescoço, mandíbula ou ouvido. Caso o câncer já esteja muito grande ele pode dificultar um pouco a engolir os alimentos ou até encurtar a respiração mas normalmente isso em situações de massas bastante aumentadas e felizmente raras. Muito dificilmente ocorre rouquidão, e isso se dá quando o tumor irrita o nervo responsável pela voz.
Esse tipo de câncer é mais comum em pessoas com história de exposição a irradiação no pescoço, principalmente se essa exposição ocorreu na infância. Ainda, pessoas que tenham história familiar de câncer de tireóide e com idade acima de 40 anos. Entretanto, para muitos pacientes, nós não sabemos precisamente o motivo por que desenvolvem o câncer de tireóide. Quanto à irradição cervical, felizmente, hoje em dia a exposição aos raios X é geralmente limitada ao tratamento de cânceres graves, como doença de Hodgkin (câncer dos gânglios linfáticos).
Um diagnóstico de câncer de tireóide é feito com base em uma biópsia do nódulo suspeito ou após o nódulo ser removido durante uma cirurgia para a retirada de nódulos de tireóide.
Felizmente, embora os nódulos da tireóide sejam muito comuns, menos de 1 em cada 10 pessoas portadoras de nódulos na tireóide apresentará um câncer.
Carcinoma Papilífero da Tireóide: Esse é o tipo mais comum, perfazendo cerca de 70% a 80% de todos os cânceres a tiróide. O carcinoma papilífero pode ocorrer em qualquer idade. Existem cerca de 12.000 novos casos de câncer papilífero de tireóide nos Estados Unidos a cada ano, mas como estes doentes têm uma expectativa de vida longa, estima-se que 1 em cada 1000 pessoas nos Estados Unidos tem ou teve este tipo de câncer. O câncer papilífero tende a crescer lentamente e quando se espalha, atinge primeiramente os gânglios linfáticos no pescoço.
Carcinoma Folicular da Tireóide: Este câncer responde por cerca de 10% a 15% de todos os cânceres da tiróide e tende a ocorrer em pacientes mais velhos do que os que apresentam o carcinoma papilífero. Como o carcinoma papilífero, o folicular pode primeiro surgir nos gânglios do pescoço. O Carcinoma folicular tem maior probabilidade que o papilífero de invadir os vasos sanguíneos e a partir daí se espalhar para áreas distantes, especialmente os pulmões e ossos.
Carcinoma Medular da Tireóide: Essa neoplasia, que representa 5% a 10% de todos os cânceres da tiróide, é mais comum de ocorrer em mais de uma pessoa na família e pode ser associado a outros problemas endócrinos. Por essa possível característica familiar, o carcinoma medular de tireóide é o único câncer da tiróide, que pode ser diagnosticada por um teste genético das células do sangue. Nos familiares de uma pessoa afetada por esse câncer, um teste positivo para o proto-oncogene RET pode levar a um diagnóstico de câncer medular de tireóide e, posteriormente, uma cirurgia curativa para removê-lo e isso pode ocorrer inclusive em um estágio bem inicial da doença.
Carcinoma Anaplásico da Tireóide: Este é o mais agressivo e avançado câncer de tireóide e é o menos provável de responder a um tratamento. Felizmente esse câncer é raro e ocorre somente em 5% dos pacientes afetados por um câncer de tireóide.
Cirurgia: A terapia inicial para todas as formas de câncer da tiróide é a cirurgia. A abordagem geralmente realizada é a de remover toda a glândula tireóide e após isso os pacientes precisam tomar o hormônio da tireóide para o resto de suas vidas. Muitas vezes, o câncer de tireóide é curado basicamente pela cirurgia, principalmente se o câncer for pequeno. Caso o câncer seja grande mas localizado somente na tireóide ou se espalhar para os nódulos linfáticos ou se o seu médico julgar que o paciente apresenta um risco maior para recidivas da doença o iodo radioativo pode ser usado como uma “bala mágica” para destruir as células de câncer de tireóide restantes no organismo após a remoção da glândula por cirurgia.
Iodo radioativo: Um dos principais motivos para o, em geral, excelente prognóstico para pacientes com câncer papilífero e folicular da tiróide é que o iodo radioativo pode ser usado como uma bala mágica para procurar e destruir as células restantes do câncer de tiróide com pouco ou nenhum dano a outros tecidos do corpo.
As células da tireóide, normalmente retiram a maior parte do iodo da corrente sangüínea para usar na produção dos hôrmonios da tiróide. Ao contrário disso as células do câncer de tireóide geralmente concentram pequenas quantidades de iodo. No entanto, níveis altos de hormônio estimulador da tiróide (TSH) pode despertar essas células de câncer de tireóide para acumular quantidades significativas de iodo mas nesse caso, radioativo, o que irá provocar a morte dessas células.
Caso o médico recomende a terapia com iodo radioativo após a cirugia, a presença de níveis elevados de TSH é importante para estimular as eventuais células restantes da tireóide a captarem o máximo de iodo radioativo possível . Mas nesse caso o paciente ficará em hipotireoidismo por um curto período de tempo. Além do não início imediato do hormônio da tireóide após a cirurgia, o paciente deve iniciar uma dieta pobre em iodo antes do tratamento para aumentar a eficácia do iodo radioativo.
Qual é o seguimento de pacientes com câncer de tireóide?
O acompanhamento periódico com exames é essencial para todos os pacientes com câncer de tireóide porque o câncer de tireóide pode voltar, às vezes muitos anos após o tratamento aparentemente bem sucedido inicialmente. Essas visitas de acompanhamento incluem uma história cuidadosa e exame físico, com atenção especial à área do pescoço, bem como exames de sangue para determinar se quaisquer alterações na dose de hormônio da tireóide são necessárias.
Mais especificamente exames de sangue são feitos para medir os níveis de TSH, bem como uma proteínas das células da tireóide, a tireoglobulina, que serve como um marcador do câncer de tiróide. Caso o nível de tireoglobulina esteja ainda detectável, isso pode significar que ainda há possibilidade da presença de células cancerosas da tireóide em funcionamento o que obriga a uma nova investigação diagnóstica para nova dose de iodo radioativo e/ou cirurgia.
Além dos exames de sangue de rotina, o médico pode querer repetir periodicamente uma varredura do corpo inteiro para determinar se existem células da tireóide no corpo. Isto pode ser feito após o seu nível do hormônio TSH ficar elevado quer pela parada do seu hormônio tireoidiano fazendo com que voê fique em hipotireoidismo por um curto período de tempo ou pela administração de uma medicação injetável chamada ThyrogenR (TSH humano sintético).
Qual é o prognóstico do câncer de tireóide?
Em geral, o prognóstico do câncer de tireóide é muito bom. Na maioria das vezes o prognóstico é melhor em pacientes mais jovens do que naqueles com mais de 40 anos de idade. Os pacientes com carcinoma papilífero, cujo tumor inicial se restringe a própria glândula tireóide tem uma expectativa excelente. O prognóstico não é tão bom em pacientes com idade superior a 40 anos ou em pacientes com tumores maiores que 4 centímetros. Ainda assim, mesmo aqueles pacientes que não podem ser curados do câncer de tireóide são capazes de viver muito tempo e com qualidade de vida apesar da presença do câncer.
Endocrinologia e Metabologia

O câncer de tireóide é o câncer endócrino mais comum, entretanto é raro se comparado com outros cânceres.
Nos Estados Unidos são cerca de 20.000 casos/ano. Apesar do diagóstico de câncer ser aterrorizador o prognóstico para os pacientes com câncer de tireóide é geralmente excelente. Primeiramente, muitos cânceres de tireóide são facilmente curáveis pela cirurgia. Segundo, o câncer de tireóide raramente leva a dor ou piora do funcionamentos dos órgãos próximos. Terceiro, os tratamentos são bem tolerados e efetivos para as formas mais comuns de câncer de tireóide.
Sintomas

O sinal mais importante é a presença de um nódulo/caroço na tireóide mas normalmente os cânceres de tireóide não causam nenhum sintoma. Por essa falta de sintomas o mais comum é o médico perceber um nódulo na tireóide enquanto examina o paciente ou mesmo que o próprio paciente perceba alguma massa no pescoço enquanto olha no espelho. Raros pacientes com câncer de tireóide apresentam dor no pescoço, mandíbula ou ouvido. Caso o câncer já esteja muito grande ele pode dificultar um pouco a engolir os alimentos ou até encurtar a respiração mas normalmente isso em situações de massas bastante aumentadas e felizmente raras. Muito dificilmente ocorre rouquidão, e isso se dá quando o tumor irrita o nervo responsável pela voz.
Causas
Esse tipo de câncer é mais comum em pessoas com história de exposição a irradiação no pescoço, principalmente se essa exposição ocorreu na infância. Ainda, pessoas que tenham história familiar de câncer de tireóide e com idade acima de 40 anos. Entretanto, para muitos pacientes, nós não sabemos precisamente o motivo por que desenvolvem o câncer de tireóide. Quanto à irradição cervical, felizmente, hoje em dia a exposição aos raios X é geralmente limitada ao tratamento de cânceres graves, como doença de Hodgkin (câncer dos gânglios linfáticos).
Diagnóstico
Um diagnóstico de câncer de tireóide é feito com base em uma biópsia do nódulo suspeito ou após o nódulo ser removido durante uma cirurgia para a retirada de nódulos de tireóide.
Felizmente, embora os nódulos da tireóide sejam muito comuns, menos de 1 em cada 10 pessoas portadoras de nódulos na tireóide apresentará um câncer.
Tipos de Câncer de Tireóide
Carcinoma Papilífero da Tireóide: Esse é o tipo mais comum, perfazendo cerca de 70% a 80% de todos os cânceres a tiróide. O carcinoma papilífero pode ocorrer em qualquer idade. Existem cerca de 12.000 novos casos de câncer papilífero de tireóide nos Estados Unidos a cada ano, mas como estes doentes têm uma expectativa de vida longa, estima-se que 1 em cada 1000 pessoas nos Estados Unidos tem ou teve este tipo de câncer. O câncer papilífero tende a crescer lentamente e quando se espalha, atinge primeiramente os gânglios linfáticos no pescoço.
Carcinoma Folicular da Tireóide: Este câncer responde por cerca de 10% a 15% de todos os cânceres da tiróide e tende a ocorrer em pacientes mais velhos do que os que apresentam o carcinoma papilífero. Como o carcinoma papilífero, o folicular pode primeiro surgir nos gânglios do pescoço. O Carcinoma folicular tem maior probabilidade que o papilífero de invadir os vasos sanguíneos e a partir daí se espalhar para áreas distantes, especialmente os pulmões e ossos.
Carcinoma Medular da Tireóide: Essa neoplasia, que representa 5% a 10% de todos os cânceres da tiróide, é mais comum de ocorrer em mais de uma pessoa na família e pode ser associado a outros problemas endócrinos. Por essa possível característica familiar, o carcinoma medular de tireóide é o único câncer da tiróide, que pode ser diagnosticada por um teste genético das células do sangue. Nos familiares de uma pessoa afetada por esse câncer, um teste positivo para o proto-oncogene RET pode levar a um diagnóstico de câncer medular de tireóide e, posteriormente, uma cirurgia curativa para removê-lo e isso pode ocorrer inclusive em um estágio bem inicial da doença.
Carcinoma Anaplásico da Tireóide: Este é o mais agressivo e avançado câncer de tireóide e é o menos provável de responder a um tratamento. Felizmente esse câncer é raro e ocorre somente em 5% dos pacientes afetados por um câncer de tireóide.
Tratamento
Cirurgia: A terapia inicial para todas as formas de câncer da tiróide é a cirurgia. A abordagem geralmente realizada é a de remover toda a glândula tireóide e após isso os pacientes precisam tomar o hormônio da tireóide para o resto de suas vidas. Muitas vezes, o câncer de tireóide é curado basicamente pela cirurgia, principalmente se o câncer for pequeno. Caso o câncer seja grande mas localizado somente na tireóide ou se espalhar para os nódulos linfáticos ou se o seu médico julgar que o paciente apresenta um risco maior para recidivas da doença o iodo radioativo pode ser usado como uma “bala mágica” para destruir as células de câncer de tireóide restantes no organismo após a remoção da glândula por cirurgia.
Iodo radioativo: Um dos principais motivos para o, em geral, excelente prognóstico para pacientes com câncer papilífero e folicular da tiróide é que o iodo radioativo pode ser usado como uma bala mágica para procurar e destruir as células restantes do câncer de tiróide com pouco ou nenhum dano a outros tecidos do corpo.
As células da tireóide, normalmente retiram a maior parte do iodo da corrente sangüínea para usar na produção dos hôrmonios da tiróide. Ao contrário disso as células do câncer de tireóide geralmente concentram pequenas quantidades de iodo. No entanto, níveis altos de hormônio estimulador da tiróide (TSH) pode despertar essas células de câncer de tireóide para acumular quantidades significativas de iodo mas nesse caso, radioativo, o que irá provocar a morte dessas células.
Caso o médico recomende a terapia com iodo radioativo após a cirugia, a presença de níveis elevados de TSH é importante para estimular as eventuais células restantes da tireóide a captarem o máximo de iodo radioativo possível . Mas nesse caso o paciente ficará em hipotireoidismo por um curto período de tempo. Além do não início imediato do hormônio da tireóide após a cirurgia, o paciente deve iniciar uma dieta pobre em iodo antes do tratamento para aumentar a eficácia do iodo radioativo.
Qual é o seguimento de pacientes com câncer de tireóide?
O acompanhamento periódico com exames é essencial para todos os pacientes com câncer de tireóide porque o câncer de tireóide pode voltar, às vezes muitos anos após o tratamento aparentemente bem sucedido inicialmente. Essas visitas de acompanhamento incluem uma história cuidadosa e exame físico, com atenção especial à área do pescoço, bem como exames de sangue para determinar se quaisquer alterações na dose de hormônio da tireóide são necessárias.
Mais especificamente exames de sangue são feitos para medir os níveis de TSH, bem como uma proteínas das células da tireóide, a tireoglobulina, que serve como um marcador do câncer de tiróide. Caso o nível de tireoglobulina esteja ainda detectável, isso pode significar que ainda há possibilidade da presença de células cancerosas da tireóide em funcionamento o que obriga a uma nova investigação diagnóstica para nova dose de iodo radioativo e/ou cirurgia.
Além dos exames de sangue de rotina, o médico pode querer repetir periodicamente uma varredura do corpo inteiro para determinar se existem células da tireóide no corpo. Isto pode ser feito após o seu nível do hormônio TSH ficar elevado quer pela parada do seu hormônio tireoidiano fazendo com que voê fique em hipotireoidismo por um curto período de tempo ou pela administração de uma medicação injetável chamada ThyrogenR (TSH humano sintético).
Qual é o prognóstico do câncer de tireóide?
Em geral, o prognóstico do câncer de tireóide é muito bom. Na maioria das vezes o prognóstico é melhor em pacientes mais jovens do que naqueles com mais de 40 anos de idade. Os pacientes com carcinoma papilífero, cujo tumor inicial se restringe a própria glândula tireóide tem uma expectativa excelente. O prognóstico não é tão bom em pacientes com idade superior a 40 anos ou em pacientes com tumores maiores que 4 centímetros. Ainda assim, mesmo aqueles pacientes que não podem ser curados do câncer de tireóide são capazes de viver muito tempo e com qualidade de vida apesar da presença do câncer.
Câncer de Tireóide
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da Redação