segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Insuficiência Renal Crônica


do ALFABETO DA SAÚDE

A insuficiência renal crônica é uma doença provocada pela deterioração lenta e irreversível da função renal.

Como consequência da perda de função, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, resultando na acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue (azotemia ou uremia).

São várias as doenças que podem provocar lesões nos rins e provocar a insuficiência renal crônica, a hipertensão arterial, diabetes mellitus, glomerulonefrites crônicas e algumas doenças hereditárias. 

Os factores que podem contribuir para a elevada taxa de mortalidade nos insuficientes renais em diálise são a idade, sexo, raça, presença de diabetes mellitus, frequência do tratamento dialítico, tempo que estão em programa de regulação de diálise, anemia, entre outros.

As alterações de metabolismo mineral que resultam da insuficiência renal, a elevação dos níveis séricos de fósforo (hiperfosfatemia), é um dos fatores responsáveis pelo desenvolvimento de calcificações vasculares e a presença destas, por sua vez, associa a um aumento da mortalidade cardiovascular.

Sintomas

A insuficiência renal crônica manifesta clinicamente de forma inespecífica durante uma grande parte da sua evolução. Na fase mais inicial, os sintomas podem ser muito poucos.

Neste estádio, pode sentir a necessidade acrescida de urinar durante a noite (nictúria). Esta situação encontra relacionada com a diminuição da capacidade dos rins reabsorverem a água e concentrar a urina.

Como resultado, não se verifica a redução habitual do volume de urina durante a noite. As pessoas que sofrem de insuficiência renal apresentam muitas vezes hipertensão arterial associada à incapacidade de os rins eliminarem o excesso de sal e água.

Esta situação pode conduzir a problemas cerebrovasculares e/ou à insuficiência cardíaca. 

Evolução da insuficiência renal 

À medida que a insuficiência renal progride e se acumulam substâncias tóxicas no sangue, o indivíduo começa a se sentir pesado, cansa facilmente e diminui a sua agilidade mental.

Com a acumulação de compostos tóxicos, instalam-se as alterações neurológicas e musculares, como espasmos musculares, fraqueza muscular e cãibras.

Em certas circunstâncias, também se pode registar sensação de formigueiro nas extremidades e perda de sensibilidade em certas partes do corpo.

As convulsões podem ocorrer em resultado da hipertensão arterial ou das alterações na composição química do sangue, interferindo com o correto funcionamento do sistema nervoso central.

A acumulação de compostos tóxicos afeta também o aparelho digestivo, perda de apetite, náuseas, vômitos, inflamação da mucosa oral (estomatite) e um sabor desagradável na boca. Estes sintomas podem levar à desnutrição e à perda de peso.

Os indivíduos que sofrem de insuficiência renal avançada desenvolvem frequentemente úlceras intestinais e hemorragias. A pele pode tornar-se castanho-amarelada, e, em algumas ocasiões, a concentração de ureia é tão elevada que se cristaliza no suor, formando um pó branco sobre a pele (escarxa urémica).

Alguns dos doentes que sofrem de insuficiência renal crônica têm prurido generalizado que causa muito incômodo. Se a insuficiência renal não for detectada e tratada pode evoluir para o coma e morte.

Tratamento

O tratamento da insuficiência renal crônica envolve vários aspectos, tratamento médico específico de acordo com a etiologia subjacente, prevenção de agressões secundárias, estratégias para a diminuição da perda de função renal, manutenção de um bom estado nutricional e também a prevenção das complicações inerentes à própria insuficiência renal crónica, como é o caso das alterações do metabolismo mineral e doença óssea renal.

Apesar da otimização terapêutica, a perda de função renal é inexorável e, na sua fase avançada, é necessário usar terapêuticas de substituição da função renal que incluem a hemodiálise, diálise peritoneal e transplantação renal. 

Insuficientes renais crónicos e as doenças cardiovasculares 

A doença cardiovascular está muitas vezes presente em doentes em fase avançada da doença renal. Alterações do metabolismo mineral podem contribuir para promover a calcificação cardiovascular.

Saiba Mais

Efeitos hemodinâmicos: Fenômenos mecânicos relativos à circulação sanguínea. 

Hiperfosfatemia: Aumento da concentração de fósforo no sangue, acima dos valores recomendados. 

Hiperparatirodismo: Atividade exagerada da glândula paratiroide, com produção aumentada da sua hormona (hormona paratiroideia) que induz um aumento da remodelação óssea e que se traduz clinicamente por perturbações do metabolismo do cálcio e do fósforo, desmineralização óssea acentuada, dores ósseas, fracturas múltiplas e deformações ósseas.

Estresse Oxidativo: Condição que força a perda dos seus mecanismos internos de regulação celular, associada a uma elevada atividade. 

Hiperhomocisteinemia: Existência de uma quantidade excessiva de homocisteína no sangue.

Informações Médicas Cedidas: Hospital de Santa Cruz

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Oleh

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