sexta-feira, 8 de março de 2013

Síndrome do intestino irritável


DR.MARCON CENSONI DE ÁVILA E LIMA
Médico especialista em Cirurgia Geral
Especialista em Cirurgia Digestiva e Laparoscópica
Professor de Cirurgia Geral e Proctologia

A Sindrome do Intestino Irritável (SII) é uma doença muito comum e que se caracteriza principalmente por dor, distensão abdominal e alterações no hábito intestinal como diarréia e constipação. Durante a investigação diagnóstica feita pelo médico não se observa qualquer alteração nos exames e conclui-se que não há, portanto, qualquer alteração orgânica que justifique os sintomas do paciente. Assim, trata-se de uma doença funcional, onde apenas o funcionamento intestinal está alterado. Isto é fundamental para o diagnóstico da SII, por que estes sintomas são comuns a muitas outras doenças do aparelho digestivo. Geralmente os indivíduos começam a apresentar o quadro quando jovens (50% deles antes dos 35 anos de idade), é mais comum em mulheres do que nos homens e chega a atingir 20% da população de países desenvolvidos. Não progride para doenças mais graves e não tem qualquer relação com o câncer do intestino.

Quais as causas da SII? 
Não está claro o que causa a SII, mas sabe-se que os pacientes com esta síndrome têm uma alteração nos receptores intestinais e reagem de forma diferente das pessoas normais a estímulos psicológicos e fisiológicos comuns, como a presença de fezes, gases e alguns tipos de alimentos nos intestinos. Nesses pacientes, estímulos que normalmente não trariam qualquer desconforto em indivíduos saudáveis, são os responsáveis pelos sintomas. 

Sintomas

- Constipação (intestino lento, fezes de calibre maior, dor para evacuar e sensação de evacuação incompleta); 

- Diarréia (urgência evacuatória, fezes de consistência amolecida e freqüência evacuatória muito variável, mas usualmente com pequeno volume); 

- Dor abdominal (é comumente precipitada pela alimentação e aliviada por evacuações e eliminação de gases, geralmente é difusa ou localizada “no pé da barriga” (hipogástrio)); 

- Distensão abdominal (queixa comum que o paciente relaciona com a presença de gases ou com a ingestão de determinados alimentos); 
- Mucorréia que é a evacuação de muco é muito comum; 

- Sintomas extra-intestinais como piora do quadro durante o período menstrual, disfunção sexual, alteração na freqüência urinária, náuseas, vômitos, dispepsia funcional, gastrite e Fibromialgia; 

- Alterações psicológicas são comuns (depressão, ansiedade, portadores de fobias e vários outros transtornos do humor);

Diagnóstico

O seu médico procurará afastar qualquer doença orgânica e para isto pode pedir alguns exames complementares como teste de tolerância à Lactose, parasitológico de fezes, exames simples de urina e sangue, colonoscopia, tempo de trânsito colônico, enema opaco, ultra-sonografia de abdome e pelve, pesquisa de endometriose e etc... O tipo de exame que será pedido depende fundamentalmente da experiência do seu médico e da sua queixa clínica. Lembre-se: não há exame específico para o diagnóstico de SII, que deve ser feito por exclusão.

Tratamento

A parte mais importante do tratamento é o esclarecimento e a conscientização do paciente de que a SII não é uma doença grave e que a sua cura não acontece de forma rápida, como ele gostaria.

Deve-se estimular uma mudança nos hábitos de vida como parar de fumar, evitar o uso abusivo de bebidas alcoólicas e a prática de exercícios físicos regularmente. 

Se a alteração de hábito intestinal é uma das queixas mais importantes, deve-se recomendar uma dieta rica em fibras (vide tabela abaixo). Existem muitos alimentos que desencadeiam os sintomas e o paciente deve estar atento para isso, evitando-os na medida do possível. No caso de haver predomínio da constipação intestinal, pode-se receitar também um procinético e laxantes de volume e, eventualmente, um laxante osmótico, na dependência da resposta obtida. Se o predomínio é de diarréia, drogas antidiarréicas como a loperamida podem ajudar. 

Se a distensão abdominal e os gases são a queixa mais importante, prescreve-se uma dieta antifermentativa (que produz poucos gases) e drogas como a dimeticona. 

As dores podem ser aliviadas com antiespasmódicos como a hioscina, antagonistas dos receptores da serotonina e antidepressivos tricíclicos em baixas doses.

Contato:
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