segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Indigestão


DR.MAURO BONATTO
Médico Gastroenterologista

Dispepsia funcional são sintomas no andar superior do abdômen: dys=mal; pepsia=digestão. Desconforto ou e/ou dor no andar superior do abdome (sensação subjetiva não-dolorosa que se caracteriza por peso epigástrio pós- prandial e/ ou saciedade precoce , e/ou náuseas , e/ou vômitos, e/ou plenitude gástrica e/ou distensão abdominal persistente ou recorrente).

Sintomas ocorrendo pelo menos durante 12 semanas consecutivas ou não, nos últimos 12 meses em: são pacientes submetidos a investigação clínica, bioquímica, endoscópica, ultrassonográfica, ou radiológica e nenhuma doença orgânica detectável são considerados portadores de dispepsia funcional. 

É classificada em: a) tipo úlcera: com dores no abdômen superior semelhantes a úlcera gástrica ou duodenal porém não apresentando lesão orgânica como úlceras pela avaliação endoscópica; b) – tipo dismotilidade: sintomas de digestão lenta , sensação de plenitude pós alimentar, náuseas sem substrato orgânico; c) tipo inespecífica: quando os sintomas são de dor, distensão abdominal, lentidão e náuseas e vômitos não se enquadrando nos tipos anteriores. 

A fisiopatologia é complexa podendo os sintomas estar relacionados a dieta, secreção gástrica de ácido, motilidade gastroduodenal, atividade mioelétrica (coordenação dos movimentos da musculatura gastrointestinal), hiperalgesia viceral e alodinia ( que é a sensação de dor exacerbada, não correspondendo aos estímulos normais que estão ocorrendo naquele momento), gastrite erosiva e duodenite causadas pelo uso de antiinflamatórios não hormonais, presença da bactéria Helicobacter Pylori que se localiza na mucosa gástrica ocasionando gastrite crônica normalmente assintomática, e finalmente fatores psicossociais que são difíceis de ser quantificados cientificamente como causadores de dispepsia funcional, mas que são observados frequentemente na clínica diária. 

Estudos evidenciaram maior prevalência de deprimidos entre os pacientes com dispepsia funcional (30,4 por cento) em relação àqueles com dispepsia orgânica (11,2 por cento). As mulheres apresentaram maior chance de dispepsia funcional (OR: 1,74, IC 95 por cento, 1,05-2,89) e, em relação à idade, os intervalos entre 31 e 50 anos (OR: 0,28 IC 95 por cento, 0,13-0,54) e de 51 a 60 anos (OR: 0,41, IC 95 por cento, 0,17-0,96) mostraram efeito protetor, ou seja, indivíduos nessas faixas etárias têm menor risco de apresentar dispepsia funcional. Após a análise multivariada, pacientes deprimidos apresentaram chances três vezes maiores de co-morbidade com dispepsia funcional do que pacientes não-deprimidos (OR 3,13; IC 95 por cento; 1,71-5,74).(AU). 

DR.MAURO BONATTO
Contato: (45) 2101-7700
Endereço: Rua Antônio Alves Massanero, Centro, 85812090, Cascavel, Estado do Paraná.

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