terça-feira, 6 de janeiro de 2015

‘Um derrame aos 20 anos deixou metade do meu corpo paralisado’

da BBC BRASIL

‘Um derrame aos 20 anos deixou metade do meu corpo paralisado’, afirma,
a estudante de design Elizabeth Ashmore.

O derrame é um mal frequentemente associado à idade avançada, mas também pode afetar jovens, como mostra a experiência da estudante de design Elizabeth Ashmore.

A britânica tinha apenas 20 anos e era uma jovem saudável que frequentava festas e gostava da banda Clean Bandit.

Isso mudou quando sofreu um derrame, também conhecido como acidente vascular cerebral ou AVC, e ficou com o lado esquerdo de seu corpo completamente paralisado.

"Antes e durante meu derrame, me senti muito estranha. Fui levantar da cama e caí no chão. Estava tão fraca e cansada que simplesmente não conseguia me mover", conta a Elizabeth.

"A sensação é a mesma de quando você está bêbado e precisa subir uma escada."

Desconhecimento

Cerca de 75% dos casos de derrame ocorrem com pessoas de mais de 65 anos, mas dados do sistema de saúde pública britânico indicam é possível que isso aconteça com pessoas com 20 anos ou menos.
Entre 2011 e 2012, cerca de mil jovens e adolescentes foram internados por causa de um AVC no Reino Unido.

Elizabeth desconhecia esta possibilidade. Por isso, não identificou os sintomas quando eles começaram. Além do cansaço, ela sentia dores pontiagudas.

"Era como se estivesse usando um estimulador muscular que soltava descargas elétricas no estômago."

Elizabeth tentou dormir e conta que, quando acordou no dia seguinte, sua mãe estava em frente à sua cama perguntando por que ela ainda não estava na universidade.

"Estava tão confusa. Não entendia por que ela estava lá. Não entendia por que ela estava me dizendo aquilo."

Paralisada

Ao tentar virar-se de lado, Elizabeth não conseguiu, porque sua perna estava paralisada. Ela tentou, então, levantar seu braço esquerdo, sem sucesso.

"Era como ter três sacos de areia presos ao braço. Quando tentei levantar, minha perna esquerda falhou e o tornozelo ficou desajeitado. Perdi o equilíbrio e caí no chão. O meu rosto e meu braço pareciam pesados."

Foi quando seu padrasto foi até seu quarto ver o que se passava. Ele olhou para Elizabeth e disse imediatamente: "Ela teve um derrame. Precisa ser levada para um hospital."

Foram necessários três meses no hospital e intensas sessões de fisioterapia para que Elizabeth pudesse voltar para casa.

Hoje, ela usa uma cadeira de rodas ou uma bengala para se locomover e ainda não sente seu braço e os dedos da mão e do pé do lado esquerdo, mas diz estar aprendendo a usar seu "lado bom".

Conscientização

Depois de todo o ocorrido, Elizabeth acredita que um estranho episódio poderia ter sido um sinal de alerta de havia algo errado.

Um mês antes de ter um derrame, ela sentiu uma dormência no braço, mas os médicos disseram se tratar de um nervo pinçado e não investigaram a possibilidade de um derrame por causa de sua idade.

"Na época, brinquei: 'Imaginem se eu paro de funcionar?'. Não esperava que isso realmente acontecesse", afirma ela, que espera poder voltar em breve à universidade e quer se dedicar a conscientizar outros jovens sobre os sintomas do derrame.

"Não tenho raiva dos médicos. Mas é preciso que as pessoas saibam que isso pode acontecer com pessoas com 20 anos."

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Oleh

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