domingo, 14 de dezembro de 2014

Catapora

DRA.LUCIA BOSSOIS
Médica Pediatra

A primavera é considerada a estação da catapora, também conhecida como varicela. Isto porque, 60% dos casos da doença ocorrem entre os meses de setembro e dezembro, apesar de ainda não haver explicação para os casos da doença dobrarem nesta época. De qualquer forma, por ser extremamente contagiosa - cerca de 87% das pessoas não-imunes adquirem a doença após o contato -, a catapora deve ser combatida antes mesmo de ser adquirida, através da prevenção com vacinas.

As vacinas desenvolvem proteção completa, se tomadas antes do contato com o vírus, e algumas podem até atenuar os efeitos da doença, mesmo quando ingeridas após o contato com pessoas infectadas. Para crianças  , a vacina deve ser administrada em 2 DOSES, AOS 12 MESES E REFORÇO ENTRE 4 A 6 ANOS. Já para adultos e adolescentes, uma segunda dose é recomendada depois de 4 a 8 semanas.

"Até pouco tempo tida como uma doença de criança, que não merece maiores preocupações, a varicela já mata mais que o sarampo e a coqueluche. Além das incômodas lesões cutâneas, a catapora pode gerar uma série de agravantes, principalmente em crianças menores de um ano, gestantes, adolescentes e adultos não-imunizados ou aqueles com a defesa imunológica baixa, como idosos e portadores de HIV.

Entre as complicações que a doença é capaz de provocar estão algumas mais freqüentes como pneumonia e encefalite e outras menos comuns, a exemplo de osteomielite, artrite e varicela hemorrágica, que pode levar à morte em pouco tempo

Tratamento e outros cuidados

O período de contágio da catapora engloba os dois dias que antecedem o aparecimento das bolhas até que todas se transformem em crostas, o que pode levar cerca de dez dias. Depois desse ciclo, a doença desaparece sozinha. As medicações utilizadas nesse período apenas amenizam os sintomas, como febre, coceira ou dor. Aspirina ou outros remédios à base de ácido acetil-salicílico (AAS) nunca devem ser tomados por quem está com catapora, pois em tal condição essa substância pode provocar insuficiência hepática e coma (Síndrome de Reye).

A criança que está com catapora não deve ir à escola nem ter contato com outras crianças - ou adultos que não tiveram doença - enquanto não estiver totalmente curada. É importante também não deixar que a criança coce as lesões nem estoure as bolhas, pois ela pode acabar provocando uma infecção secundária. A exposição ao sol é vetada, mesmo alguns dias após o desprendimento das crostas, para evitar a formação de manchas e cicatrizes. Mas, além desses cuidados, o acompanhamento médico é indispensável.

A catapora pode ter as seguintes complicações: infecção secundária das lesões, pneumonia, encefalite, artrite e a já citada Síndrome de Reye. Tais complicações são raras e ocorrem principalmente em crianças muito pequenas, adultos, gestantes, pessoas portadoras de imunodeficiências (como a Aids) ou que estão em tratamento com imunosupressores (quimioterapia, radioterapia e corticóides em grande quantidade). O melhor é prevenir!

A vacina contra catapora existe e apresenta eficácia de 97%. Segundo recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria, a vacina deve ser administrada aos 12 meses de idade E REFORÇO DE 2 A 6 ANOS. Infelizmente, ela ainda não está incluída no Programa Nacional de Imunização (PNI), ou seja, não está disponível na rede pública de saúde. Se a criança já teve catapora, ela já está imunizada e não irá apresentar novamente a doença. Se ela não foi vacinada nem teve a doença até os 12 anos, deve tomar a vacina, em duas doses, com intervalo mínimo de quatro semanas entre elas.

Apesar de a catapora não se manifestar mais de uma vez, o vírus varicela-zoster continua latente no organismo e pode causar uma outra doença, o herpes zoster. As lesões são parecidas com as da catapora, mas afetam os nervos e provocam dores muito fortes. O herpes zoster só ocorre quando a imunidade está muito baixa, em pessoas com doenças crônicas ou muito idosas.

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