segunda-feira, 13 de junho de 2016

Infecção por toxoplasma pode causar doenças neurodegenerativas

CARLA LOPES
do ALFABETO DA SAÚDE, em GOIÂNIA, (GO)

Segundo o estudo feito pela Universidade da Califórnia, Toxoplasma é um parasita unicelular que pode causar uma doença conhecida como a toxoplasmose.

Foto: Reprodução

A infecção de um parasita chamado Toxoplasma gondii promove a acumulação de um neurotransmissor no cérebro chamada glutamato desencadeando doenças neurodegenerativas em pessoas com predisposição para tais condições. Segundo o estudo feito pela Universidade da Califórnia, Toxoplasma é um parasita unicelular que pode causar uma doença conhecida como a toxoplasmose.

A infecção pelo parasita surge quando é consumido carne mal cozida, contaminada, ou ingerir água contaminada.

O parasita ainda esta presente em fezes de gato. Segundo os pesquisadores, muitas das pessoas infectadas não tem consciência disso.

O parasita ainda esta presente em fezes de gato.

Foto: Reprodução 

A infecção pelo parasita pode surgir com sintomas semelhantes ao de uma gripe -gânglios linfáticos inchados ou dores musculares-, que duram um mês.

Em outros casos a toxoplasmose pode causar danos aos olhos, cérebro, e outros órgãos do corpo humano. Segundo este novo estudo,  pode haver um outro lado escuro para este parasita, ele pode levar ao desenvolvimento de doença neurodegenerativa em pessoas que têm predisposição para ela.

De acordo com os pesquisadores, o glutamato é um aminoácido liberado pelas células nervosas, ou neurônios. É um dos mais abundantes neurotransmissores excitatórios do cérebro, auxiliando na comunicação entre os neurônios. 

Estudos anteriores mostram que o excesso de glutamato pode causar danos; uma acumulação de glutamato é frequentemente encontrada em indivíduos com traumatismo crânio-encefálico (TCE) e as pessoas com certas doenças neurodegenerativas, como a esclerose múltipla (MS) e esclerose lateral amiotrófica (ELA).

Os pesquisadores explicam que se acumula excesso de glutamato de neurônios fora, e esta acumulação é regulada por astrócitos - células no sistema nervoso central.

Ainda segundo os pesquisadores, os astrócitos utiliza um transportador de glutamato chamado GLT-1, numa tentativa de remover o excesso de glutamato a partir de neurônios do lado de fora e convertê-lo numa substância menos prejudicial chamado glutamina, que as células utilizam para a energia.

"Quando um neurônio é acionado, ele libera o glutamato no espaço entre si e um neurônio nas proximidades", explica o pesquisador. "O neurônio nas proximidades detecta esse glutamato, o que desencadeia um disparo do neurônio. Se o glutamato não é eliminada por GLT-1, em seguida, os neurônios não pode disparar adequadamente na próxima vez e eles começam a morrer."

Análise mais profunda

Analisando ratos infectados pelo parasita, os pesquisadores identificaram um aumento nos níveis de glutamato.

Os pesquisadores descobriram que o parasita faz os astrócitos inchar, o que prejudica sua capacidade de regular a acumulação de glutamato no exterior dos neurônios.

O parasita evita GLT-1 seja expresso corretamente, o que provoca uma acumulação de glutamato e falha de ignição de neurônios. Isto pode conduzir a morte neuronal, e em última análise, a doença neurodegenerativa.

"Temos vindo a viver com este parasita por um longo tempo.", disse o pesquisador. "A melhor maneira de prevenir a infecção é cozinhar a sua carne e lavar as mãos e legumes. E se você estiver grávida, não tenha contato com fezes de gatos.", disse o pesquisador.

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Oleh

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